A exposição foi concebida e montada entre 2022 e 2023, envolvendo uma equipe grande deestudantes, professores e técnicos administrativos do Curdo de Graduação em Arqueologia daUNIR. É um projeto de extensão vinculado à PROCEA/UNIR, e conta com apoio do CNPq,através do projeto aprovado na Chamada CNPq/MCTI/FNDCT Nº 39/2022. Inaugurada em junho de 2023, a exposição "Arqueologia e Diversidades: 10 mil anos dehistória no rio Madeira", aborda, através da diversidade da cultura material, a profundahistória das pessoas que viveram nas margens do rio Madeira nos últimos dez mil anos. Apaisagem foi transformada por meio do manejo e cultivo de plantas, da formação de camadas arqueológicas profundas, da elaboração de grafismos rupestres e da construção de estruturas em terra. São mostradas as diferentes ocupações, tradições cerâmicas e líticas, estilos, modos de fazer e utilizar os artefatos, ao longo de todo esse tempo que a região foi ocupada.
As pesquisas arqueológicas identificaram, como prática dos povos originários, o manejo e o cultivo de espécies vegetais, como a abóbora, a mandioca e a macaxeira. Essas descobertas modificam um paradigma, alteram a percepção sobre essa região, classificada em outros tempos como receptora de conhecimentos e tecnologias produzidas em contextos externos, pobre em fontes de carboidratos e proteínas – fator entendido como impeditivo para o desenvolvimento de grandes civilizações –, para um centro de produção e dispersão de inovações tecnológicas, onde as características ambientais não foram obstáculos para a instalação e permanência dos complexos e diversos grupos humanos que ocuparam a região.
Não obstante, a exposição estabelece conexões com os processos de apropriação deste território, por parte dos colonizadores, a partir da interpretação de sítios arqueológicos históricos, sobretudo, localizados na cidade de Porto Velho. Esses vestígios dão conta da construção e expansão da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (E.F.M.M), empreendimento de grande vulto que influenciou fortemente o desenvolvimento urbano e econômico da atual capital e do estado de Rondônia.
A exposição, ao tratar dos vestígios arqueológicos, evoca a historicidade indígena como componente da linha do tempo da história do território que hoje nomeamos de Brasil. Não obstante, mais que falar sobre o passado, a exposição pretende atender as expectativas e demandas por memória, identidade e pertencimento, no tempo presente. Com isso, subsidia o seu público, fornecendo elementos capazes de desconstruir percepções equivocadas e demeritórias sobre a Amazônia e suas populações.
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